Pois saber a verdade
E difícil na minha idade
Já corrompida por metades
Acostumei o pensar as maldades

E a mudança agora almejada
Salta a duvida ja marcada:
Se vivo assim facilmente cercada
Será os outros ou sou eu a errada?

Percebo: não há erro, só acerto
Acerto minha vida a cada movimento
Pra cá e pra lá, desvio de possíveis lamentos
Vivo, é tento não me abalar mais com tormentos

As respostas e você.

O que eu como, bebo e uso?
Pra que, Há quem, De quem?
Para os órgãos, mente, sentidos?
O que eu sou: o espelho ou a janela?
Os livros lidos e as historias ouvidas?
E as que de mim são ouvidas, mentiras?
Por que não acredito nas pessoas e em mim?
Fingir querer esquecer sem querer, isso e mentir?
E se eu te esquecer e por que consegui me convencer?
As perguntas têm respostas diferentes dessas que me cercam?
Será mesmo o mundo movido por perguntas como as minhas tardes?
Sou eu esse deus que todos procuram e esperam, salvação da minha vida?
............................................................................................O que me motiva a isso?

Abrir os olhos pra fora, amigo
Olhar da porta e da janela
Olhar-se da rua e da calçada
Ver os outros e você neles

Procuro letras e palavras
Definições na minha mente
Nomes para o que vivo
Do sentir e escrever tem um abismo

Tento sentir e falar pra pontuar
Pensar e escrever pra recordar
Na mente só o agora prevalece
O esquecer e não ter, e acontece´

tata

Adeus dia,
Adeus dia,
Sou solteira e não tenho familia....

PERDEDORA

Hoje perdi no jogo que eu fiz
Perdi minha chance de agir
Era o que tanto buscava ai
Perdi por medo de cair
De mudar tudo em mim
Perdi de ficar livre, enfim
E me perder em ti
Perdi e me confundi, se
Achei ou te perdi assim
Perdi de não me omitir
de falar e me abrir
Perdi a razão de estar aqui, perdi.

tata

Medo consciente

Mais triste, frustrante e descrente
Que aquele que não vê a sua frente
Iludido em seu viver e mente
Sou eu que hoje tão claramente
De dentro vejo o mundo louco e doente
E não consigo fazer diferente
Sofro por não ser mais um deficiente
A luz chegou, mas infelizmente
Estar iluminado não me faz ciente
Se é melhor ser tão consciente
Ou viver em mundo que mente
E fingir assim sentir-me contente
Não volto a ser como antigamente
Sou eu hoje assim daqui pra frente
E seguir com o olhar sem lente

CEGO NO ESCURO

Vi um cego no escuro da noite
Estava na rua sozinho e tremia
Esperava o ônibus que não via
Ou talvez alguém que o ajudaria

Passa carro, moto e caminhão
Velocidade, ninguém para na confusão
Diz o motorista como se tivesse razão
"O que um cego faz a essa hora ai?"

Ele ali esperava mais compreensão
Daqueles que poderiam mostra direção
O cego com sua deficiência na visão
Mostra a minha e dos outros: o coração

tata nunes

animal doméstico

Somos o que, se não cães presos
Daqueles que ficam loucos do portão
A lati e rosnar com prontidão

vida, poetiza

Hoje tudo que vivo transformo em poesia
Forma para trazer luz ao meu dia-a-dia
Jeito bonito de me recorda da melancolia
Das minhas alegrias também, eu diria

Porque nem só de tristeza é essa vida
Mas são elas que me abalam na quinta
Já sexta outras coisas serão sentidas
E nelas que concentro as minhas energias

Cada dia e um dia, cada minuto e também hora
E quem faz o que e dá formas, sou eu horas
Confusa, não quero estar triste agora
Ai ai, sou vida que é poesia de dentro pra fora

tata nunes

Sou madeira

Quando me mostro,
Não sinto borboletas na barriga
E sim muitos cupins zoneando
E corroendo dentro de mim.
Mostrar-me assim
Me deixa aberta e vulnerável,
E eu quero sempre me mostra forte
Vejo-me sem proteção e barreiras,
Ao leu de sensações como esta.
Um novo sentir e agir
Me leva ao desconhecido de viver,
A surpresa de ter cupins em mim.

tata nunes